Calor que irrita europeus no Mundial pode ser benéfico ao Palmeiras: ‘Usamos a estratégia do clima’

O Palmeiras enfrenta o Al-Ahly sob condições climáticas quentes e adversas no MetLife Stadium. A previsão do tempo indica temperaturas acima de 30ºC, o que pode influenciar a resistência física das equipes. Para os apostadores, isso sugere uma possível vantagem para o Palmeiras, que está acostumado a variações climáticas e se preparou para essas condições, tornando-se uma escolha interessante para apostas em sua vitória.

O clima mudou drasticamente em East Rutherford, cidade onde está situado o MetLife Stadium, e em todas as outras cidades próximas, incluindo Nova York. Se o Palmeiras jogou com temperatura amena na estreia do Mundial de Clubes com o Porto, nesta quinta-feira, 19, seu segundo compromisso diante do Al-Ahly será sob sol intenso e forte calor.

A previsão é de que faça mais de 30ºC quando a bola rolar a partir do meio-dia (horário local) no MetLife Stadium. Palmeiras x Al-Ahly vai “inaugurar” o calor nesta região dos Estados Unidos, onde começa nesta sexta-feira, 20, o verão. Nos primeiros dias do Mundial em Nova Jersey, a temperatura não superou 20ºC e a mínima chegou a 13ºC, um clima ameno e mais adequado para as partidas em alta intensidade.

Para o Palmeiras, porém, jogar sob o sol a pino não deve ser tão problemático por duas razões: o time, como todos os brasileiros, está acostumado com a variação brusca de temperatura, dada a instabilidade climática no Brasil, e a preparação da equipe, feita de forma a pensar na questão climática.

O Palmeiras treina todos os dias em Greensboro, pequena cidade da Carolina do Norte, região em que a máxima tem passado dos 30ºC todos os dias. “Sabe de uma coisa que eu aprendi no Brasil? Jogamos no Sul e é uma coisa, vamos para o Nordeste e é outra. Aprendi na América do Sul a usar a estratégia do clima: de acordo com o clima que vamos jogar, adaptamos a estratégia que teremos”, enfatizou o técnico Abel Ferreira na entrevista prévia à partida. Faz parte, é igual para os dois, temos que nos adaptar. O clima é inerente a nossa abordagem estratégica. Foi uma das coisas que aprendi no futebol sul-americano, jogar em altitude, jogar com o calor. Abel Ferreira

“Vamos pressionar o jogo todo? Vamos pressionar só nos momentos certos? Vamos ter posses mais longas? Vamos ser mais verticais? De acordo com a meteorologia, teremos temperaturas mais altas. Vocês viram que o Atlético de Madrid reclamou da temperatura, o PSG também... Eu digo a eles: ‘Bem-vindos ao Brasil’”, continuou o português, fazendo menção ao lateral Marcos Llorente, que disse ter passado por “um calor horrível” no duelo com o PSG, que terminou com vitória por 4 a 0 dos franceses.

Franceses e espanhóis se enfrentaram no Rose Bowl, maior estádio dos Estados Unidos e que fica em Pasadena, próxima a Los Angeles, região habitualmente afetada pelo calor extremo. Fazia 31ºC no momento da partida e torcedores relataram ao jornal The Guardian dificuldade até de comprar água para se hidratar.

“Meus dedos dos pés estavam doloridos, minhas unhas doíam, eu não conseguia frear nem arrancar”, queixou-se Llorente. Os serviços meteorológicos dos Estados Unidos preveem temperaturas acima das médias históricas e ondas de calor em diferentes regiões do país, que encarou alguns dos anos mais quentes de sua história nos últimos anos.

A Fifa programou mais da metade dos jogos da primeira fase para o período da tarde, entre 12h e 17h, no horário local, mesmo com a previsão de temperaturas recordes e de um dos verões mais quentes da história. A entidade ignorou as queixas de atletas e treinadores e manteve partidas em horários que priorizam o fuso europeu e a audiência da televisão, caso, por exemplo, da partida entre PSG e Atlético de Madrid, disputada às 15h (horário local) e transmitida às 21h no horário de Paris e Madri.

“O horário está muito bom para que a Europa assista aos jogos, mas as equipes são afetadas”, criticou Luis Enrique, técnico do PSG, mesmo depois de seu time golear o rival.

Estadao Br